Agricultura familiar na região de Machadinho do Oeste.


Família camponesa de Ivanira Iung, de Machadinho do Oeste , Ro.
Foto Lenir
No dia 26 de outubro de 2012, a assessora jurídica da CPT/RO, acompanhada do presidente da Associação dos Pequenos Agricultores de Machadinho do Oeste/RO (APAM): Anderson, estiveram distante 55 km de Machadinho do Oeste/RO, sentido Tabajara, visitando a família de Ivanira Iung, família de camponeses que resistem a política agrária expansionista praticada na região de cultivo da soja.
Nessa pequena propriedade, em regime de agricultura familiar, vive-se a matriarca e seus filhos, sendo que os filhos casados residem em suas casas na mesma propriedade, que de forma harmônica tocam a pequena propriedade com criame de peixes, café, pequeno rebanho bovino e lavoura branca para o sustento familiar.
Os familiares manifestaram preocupação com a falta de políticas públicas para a agricultura familiar, sendo comum práticas irresponsáveis de expulsão das famílias do campo: fecha-se a pequena escola da comunidade, obrigando as crianças ainda pequenas a saírem de seus lares as 9 horas e só retornarem de noite para casa, perdendo boa parte da infância dentro de ônibus escolar em estradas nada adequadas, falta de investimento na agricultura familiar, que obriga muitas famílias a venderem suas terras para oportunistas que apropriando de empréstimos facilitados pelo Estado investem pesado no agronegócio.

Casa da Família camponesa em Machadinho do Oeste RO
Foto Lenir
Registra-se que na região é prática constante que os pequenos agricultores vendam suas propriedades por preços irrisórios frente as dificuldades de manter-se no campo e até mesmo por falta de condições de estudar os seus filhos, indo para a cidade, abarrotar as periferias, enquanto suas propriedades são destinadas para a monocultura da soja, numa clara demonstração de que a região está destinada para exploração de grupos políticos interessados no êxodo rural.
Resistir nessas condições adversas é um desafio diário que essa família vem realizando, pois, contam somente com seus familiares e as intervenções dos movimentos sociais para diminuir as desigualdades e conseguir manter-se na terra.
Até quando a agricultura familiar será ignorada pelas políticas públicas do campo?  Quem se beneficia com o agronegócio? O que farão os camponeses nas cidades? São perguntas que devem ser feitas por todos os cidadãos que se preocupam com a paz social, pois, grandes desigualdades no campo ou na cidade implicam em conflitos e enfrentamentos que são sempre desfavoráveis aos trabalhadores, que marginalizados e excluídos, são cada vez mais, afastados das decisões do Estado.

( Lenir Correia Coelho – Assessoria Jurídica da CPT/RO)
Represa de criação de peixe. Foto Lenir.

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