Cone Sul: Paróquias, Movimentos sociais e associações de agricultores se reunem com CPT

Por Liliana W. dos Santos e Adilson A. Machado



Central de associações de Vilhena. 
No dia 18 e 19 de maio de 2013, a CPT se fez presente na região do Cone Sul, a fim de acompanhar a realidade apresentada, e também de se fazer presença profética na luta pela conquista da Terra, permanência na Terra e garantia de direitos dos pequenos agricultores. Os encontros foram realizados junto a Central de Associações de Vilhena e Coordenação de Comunidades do Regional Sul da Diocese de Guajará Mirim, em Corumbiara. 

Hoje a CPT atua com assessoria jurídica para as áreas de conflito, na perspectiva de permanência na terra, conta com um agente para trabalhar o tema da agroecologia, e na área de garantia dos direitos, conta com duas agentes no estado para a campanha contra o Trabalho Escravo.

No dia 18, na reunião da Central das Associações de Vilhena, foi apresentada a campanha contra o Trabalho Escravo: De Olho Aberto para não Virar Escravo. Observa-se que o medo, muito mais que a indiferença, ainda constitui um empecilho para a erradicação do problema. A população sente a necessidade de conhecer o que constitui a Escravidão Contemporânea, como forma de enfrentamento ao problema. Não esvaído o tema, fica a disposição a CPT e seus agentes para estar trabalhando a temática na região.

Hoje a Central de Associações de Vilhena é um exemplo de organização dos agricultores na luta pela terra e por direitos. Com mais de 20 presidentes de Associação presente, discute-se as problemáticas locais e os avanços já alcançados e propõe-se alternativas ao modelo de desenvolvimento adotado que exclui e marginaliza a grande maioria. Os agricultores estão reunidos em torno da perspectiva de construção de uma escola, com um modelo e pedagogia que atenda as necessidades do campo e da agricultura.
A luta pelos meios de produção, e por estrutura mínima como estradas e carreadores persiste, porém, tem-se a certeza que o povo unido tem força para defender os seus direitos.

No dia 19 de maio de 2013, aconteceu em Corumbiara o Encontro da Comissão de Pastorais da Região Pastoral Sul da Diocese de Guajará-Mirim, reunindo cerca de 30 coordenadores de pastorais desta diocese, no qual a CPT esteve presente, realizando uma palestra e apresentando a campanha contra o Trabalho Escravo Contemporâneo, e propondo ações nas diversas paróquias com a finalidade de ampliar o conhecimento da sociedade sobre essa problemática capacitando-os para se tornarem atores em prol da erradicação da escravidão.

As reações são diversas, algumas pessoas com uma compreensão do que é a escravidão contemporânea, mas muito sobre as facetas da escravidão contemporânea ainda são desconhecidos. Na região algumas análises ainda evidenciam a miséria, as contradições sociais, que fazem com que os trabalhadores se submetam a condição análoga a de escravo, acreditando ainda que aquilo é melhor que nada. A luta contra a escravidão perpassa várias etapas, entre elas a da prevenção, que constitui na informação no conhecimento, mas essa informação tem que permitir uma análise da sociedade e do modelo de desenvolvimento posto que tem gerado uma série de mazelas como a escravidão.


Certo é que não podemos nos acomodar e naturalizar essa situação, o primeiro passo é o da indignação, é ver no rosto de todo escravizado, a face humana e face de Deus sendo ferida, e com esse sentimento partimos da indignação para a ação libertadora, que é missão da igreja e de toda a sociedade, da qual a CPT tem a função de contribuir com esse processo.

As pessoas presentes dizem sentir falta da presença das pastorais sociais na região, e saem com o desafio de articulação para que essa presença se torne possível.

Ainda na parte da tarde do dia 19 de maio de 2013, agentes da CPT/RO, estiveram reunidos com representes dos movimentos sociais, e religiosos que atuam na Região do Cone Sul do Estado, visando a articulação das ações da CPT na região e também a participação da Diocese com agentes enquanto CPT. Muitos dos presentes tiveram e tem uma atuação importante como CPT na região, com isso o que se busca é que junto com as suas paróquias e em sintonia com a Diocese estejam se articulando enquanto grupo para participarem e atuarem na CPT, com um resgate daqueles que já realizaram esse trabalho e o envolvimento de mais pessoas que se identificam com a causa e os objetivos da CPT.

Assim, primeiro foi realizada uma socialização das realidades apresentadas e vivência enquanto movimento social, e os trabalhos que a CPT vem realizando e a preparação para o Conselho a ser realizado dia 23 a 25 de maio em Cacoal, bem como os preparativos para a assembléia eletiva da coordenação da CPT para o próximo triênio.

Como encaminhamento dessa reunião, os presentes definiram que um representante participará do Conselho, e encaminharam reunião para o dia 14 a fim de definirem seus representantes para a Assembleia eletiva da CPT.

Temos a certeza que a CPT enquanto pastoral social nascida da igreja católica precisa caminhar em sintonia com a igreja de forma ecumênica, sem se afastar do seu foco principal que é ser presença e atuar nas áreas de conflito no campo, e para ser essa presença a CPT conta com a atuação de agentes contratados e voluntários.

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