Continuam as ameaças e a violência contra assentados em Vilhena

Violência e ameaças continuam impunes na área rural de Vilhena. Em datas recentes mais uma vez um assentado foi ameaçado de morte e teve a sua casa em construção destruída.no projeto de assentamento Águas Claras, lote 56, linha 135, setor 12, gleba Corumbiara, no município de Vilhena.
Seria mais um incidente provocado pelo mesmo grupo que faz anos é denunciado no assentamento, entre eles Glimar Souza Barbosa e seu filho Marciano Souza Barbosa. Marciano foi acusado em boletim de ocorrência registrado em Vilhena em 14 de Julho de 2014.

De azul, Ademir José de Carvalho, desaparecido em 2009 em Vilhena.  

Aterrorizam o local faz anos.

No assentamento eles mesmos são considerados envolvidos no desaparecimento de Ademir José de Carvalho, liderança do PA Águas Claras, em Vilhena, por ter desaparecido após denunciar a polícia (foto acima) a queima da casa de José Castorino, outro morador do local. O lote dele também foi ocupado e tomado por eles.   
Uma ossada achadas em Vilhena em 09 de fevereiro de 2013, não se confirmaram como os restos de Ademir José de Carvalho, que até agora não foram achados. 
Após o desaparecimento de Ademir José de Carvalho,  Glimar Souza Barbosa e seu filho Marciano Souza Barbosa se apoderaram do lote e da casa onde ele morava em 2009. 
Tanto a queima da casa em 2009 como o desaparecimento da liderança restaram impunes até agora. Após as denúncias, incêndios criminosos nas matas foram considerados como retaliações contra os assentados.

Vilhena tem problemas antigos de violência agrária.
Os problemas com a violência de pistoleiros é antigo em Vilhena. Inclusive os moradores de assentamentos, onde a justiça federal deu ganho na justiça ao INCRA para criação de Assentamentos de Reforma Agrária, são perseguidos, ameaçados e mortos. É o que continua  acontecendo no PA Águas Claras, criado o 26 de Outubro de 2012, no Lote 56 da Gleba Corumbiara, com lotes de terra para 61 famílias. 
Após a invasão dos lotes a área do PA Águas Claras passou a ser utilizada por elementos estranhos aos pequenos agricultores para abastecer bocas de fumo da cidade de Vilhena. Pessoas foram presas com entorpecentes e armas atribuídas a propriedade do Dr. Elcio Carlos Rossi.

Parte de grupo de pistoleiros da região. 
Os elementos que aterrorizam posseiros e assentados seriam os integrantes de um grupo que atua a mando dos fazendeiros da região. Em dezembro de 2012 Glimar Costa Barbosa e José Celestino Cassim foram acusados (OC - 83-2012, OC 66-2012, e 261/2012) de participar do incêndio da residência do Sr. Aristides, posseiro da Associação N. Sra. Aparecida, em Chupinguaia, assim com de invasão e danificação de outras moradias e intimidações dos moradores. 

Casa queimada em 2009 no PA Aguas Claras, em Vilhena.
Pessoas sem perfil para receber lotes de reforma agrária. 
Outros moradores de Vilhena compraram posses no local destinado a reforma agrária, como o caso do advogado conhecido como Dr.Alencar, um bombeiro por nome de André, e um secretário adjunto de obras do município de Vilhena por nome de Cicero, entre outros vários funcionários notificados. O advogado foi acusado de por diversas vezes ter realizado ameaças contra um assentado do INCRA, de nome Joel e até mesmo contra técnicos do INCRA. Por varias vezes foi registrado boletim de ocorrência policial. Um grupo comandado pelo advogado, foi acusado de arrancar a casa do aposentado sr. Joel, popular Tiziu, e carregar toda a madeira do local.
Após outubro de 2012 o Incra criou o Assentamento Águas Clarase o passou a notificar ocupadores sem o perfil de beneficiários da reforma agrária. Lideranças locais e até técnicos do INCRA de Pimenta Bueno receberam ameaças. Porém após as notificações e até agora o Incra não retirou os ocupantes sem perfil adequado para receberem terras de reforma agrária.

Impunidade das denúncias e da violências.
Os assentados desabafam: "Não podemos aceitar este tipos de crimes acontecer, não depois de tanta luta, tanto aponto de viver ameaçados de morte e ver o companheiro desaparecido a mais de dois anos, outras lideranças morrendo e ameaçados de morte para que a justiça seja feito". "Não é isto que estamos vendo aqui, como é triste viver anos e anos debaixo de lona e depois sofrer estes tipos de humilhação, não podemos admitir isto" . Alguns dos BO destes fatos foram registrados na policia civil, ocorrência nº 6767/2013 e nº5147/2013 e nº 6853/2013: Ocorrências de danos, ameaças, esbulho possessório, e comunicação."Mais nada foi feito", desabafam.
Estes fatos foram repetidamente denunciados, inclusive à Ouvidoria Agrária Nacional, as vezes constatando bastante falta de colaboração da polícia de Vilhena para esclarecer os fatos criminosos acontecidos contra os posseiros e os pequenos agricultores da região . Como o delegado civil Dr Daniel Pereira Uchoa de Vilhena, que negou-se a prestar informação para a Ouvidoria Agrária Nacional sobre os inquérito Inquérito Policial 29/2012, onde as mesmas pessoas que perturbam os agricultores do PA Águas Claras estariam envolvidos.
O corpo sem vida de Fabiana no exterior da casa. 
Foto nano labajos / folha de vilhena
Um casal foi assassinado na finais de 2012 no assentamento.
Os pistoleiros que aterrorizam a região formariam parte do mesmo grupo que Marco Antônio de Oliveira Ferreira, vulgo "Marquinhos", foragido, acusado de ser autor do duplo homicídio ocorrido no Assentamento Águas Claras, na noite de final de ano de 2012, onde foram encontradas mortas os caseiros dum lote do assentamento Águas Claras que o INCRA tinha pedido para desocupar ao suposto dono. 
O casal José Carlos Alves de Almeida e a esposa Fabiana Pereira de Souza foram achados assassinados na Linha 135 Kapa 40, do Assentamento Águas Claras, onde moravam como caseiros dum lote ocupado por um policial militar de Vilhena.
Segundo as fontes policiais que identificaram o autor em maio de 2013: "Esse inquérito policial ainda aponta provável participação de outros suspeitos no crime, o que será por ora mantido em sigilo". Segundo outras fontes ainda falta identificar o mandante e cúmplice da morte do casal. 
Um ano depois nenhum deles até agora teria sido identificado e punido, nem preso o suporto autor .
Rondas policiais foram realizadas no local.
As ameaças e intimidações do grupo no assentamento somente teriam diminuído após realização de rondas policias solicitadas pela Ouvidoria Agrária Nacional e intervenção da Polícia Federal, assim como mediação do Programa de Proteção à Defensores de Direitos Humanos, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos.

Oferecimento de troca de terras.
Para conseguir a saída dos acusados de praticar pistolagem contra seus vizinhos, o superintendente do Incra de Rondônia teria chegado a oferecer outros dois lotes em Corumbiara para os acusados de pistolagem sair do PA Águas Claras.
Eles teriam aceito as terras de Corumbiara e tomado posse delas, porém não desocupado os lotes de Vilhena.
Frustrando o intento do Incra de resolver o conflito de forma negociada, em vez de serem punidos resultaram premiados com mais terras e ainda continuam ameaçando e impedindo pela violência a posse dos legítimos assentados no PA Águas Claras.

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