CPT/RO UM COMPROMISSO A SERVIÇO DA LUTA

Quem teve a oportunidade de participar do curso de formação e reunião dos conselhos da CPT, realizado na cidade de Cacoal/RO, é sabedor que de lá ninguém saiu da mesma forma como entrou.
Guiado por uma pedagogia educativa de luta, o encontro trouxe a seus participantes a mística da reflexão, retratando assuntos que iam da destruição da mãe terra, passando sobre a responsabilidade humana nas atuais catástrofes, ao posicionamento do Papa Francisco frente ao cenário global. O mundo como Casa Comum dentro da perspectiva de preservação e de morada humana e responsabilidade de todos, foi discutido e problematizado.

 Planos e estratégias de luta foram discutidos, assim como, os graves conflitos agrários em Rondônia, que estão aumentando avassaladoramente. A preocupação da mobilização para o encontro da articulação da Amazônia foram externados por agentes, conselheiros e coordenadores, que se demonstraram preocupados frente aos diversos eminentes despejos e mortes de trabalhadores e trabalhadoras nas dezenas de áreas ocupadas e acampamentos.
 
Cantos, repentes e momentos de místicas no encontro, deram aos presentes a animação e força para dali, saírem mais fortes para a luta. 



Foram avaliados positivamente  por todos, a realização do Congresso da CPT, assim como a Romaria da Terra e outras atividades de grande participação popular, foi percebido entre os vários participantes o destaque e trabalho da CPT/RO, da mesma forma que a participação velada dos seringueiros, ribeirinhos e indígenas na Romaria da Terra que aconteceu na cidade de Machadinho do Oeste em Rondônia.

Notou-se assim, o avanço que teve a politização e capacitação dos militantes de várias regiões, frente ao notável conhecimento passado pelo curso jurídico, bem como as demais oficinas de discussão. O encontro terminou com o propósito de se fortalecer as bases, com a necessidade de aumentar a participação da CPT nas áreas, com um maior reconhecimento e mapeamento dos conflitos e trabalho escravo. Iniciando como proposta de uma retomada da luta em defesa da população seringueiras no Estado.
Texto e poesia: Dário Braga

POESIA CABOCLA
Soldado da borracha o seringueiro recrutado
Na floresta viveu muitos anos enganado
Trabalhando em um sistema de produção
Bastante parecido com a escravidão.

No chão da grande Amazônia
Muito sangue derramado
Sonho, suor e lágrimas.
Da grande luta dos seringueiros
Nasceu Chico Mendes companheiro.

Os anos se passaram,
Os seringais desativaram
No lugar do seringueiro
Foi morar o fazendeiro.

Grande parte da floresta foi arrasada
A arara, o Frifri-ó e o Irapuru
Já não fazem mais zoada.

Foi-se embora quase tudo com a destruição
O soldado da borracha, o seringueiro e até o patrão.

Do verde que ainda resta
Se formou um bolsão
Uns chamam de floresta,
Outros de ilhas de vegetação.

Terras de índios
Ou floresta extrativista
Mora o castanheiro e ainda o seringueiro
Acreditando na Ilusão.


Era uma vez uma floresta!
Dário Braga


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